O prefeito da cidade de Santa Bárbara d’Oeste, Mário Heins (PDT), deve engrossar o coro iniciado ontem por vereadores para pedir ao Governo do Estado que não construa um CPP (Centro de Progressão Penitenciária) na divisa do município com Limeira. A área, a dez quilômetros do perímetro urbano da cidade, foi indicada pelo prefeito limeirense, Sílvio Félix (PDT) para a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária).

Por meio de sua assessoria de imprensa, Heins disse que considera extremamente negativo para o município a instalação de uma unidade penitenciária próxima da área urbana. “A Administração Municipal tem trabalhado junto às esferas do Poder Legislativo Estadual para tratar da questão com o Governo do Estado com o objetivo de impedir a vinda do presídio”, diz a nota, enviada ontem ao LIBERAL.

Em entrevista concedida durante o final de semana ao Jornal de Limeira, filiado à APJ (Associação Paulista de Jornais), Félix afirmou que o terreno fica às margens da SP-306, rodovia que liga Santa Bárbara a Capivari. Mesmo após o anúncio do prefeito, a SAP ainda trata o assunto como sigiloso. A assessoria de imprensa da secretaria estadual informou ontem que, por enquanto, não vai se manifestar sobre o assunto.

Em agosto, o prefeito de Santa Bárbara sancionou uma lei aprovada pela Câmara que proíbe a construção de penitenciárias no município. A norma, no entanto, não restringe a obra planejada pelo Estado porque o terreno indicado fica no território de Limeira.

O vereador Carlos Fontes (PSD), autor da lei, é um dos principais críticos do local escolhido. “Fica próximo a sítios e chácaras de Santa Bárbara, que serão desvalorizados com a implantação da unidade. Isso sem falar no impacto social e na segurança pública que esse tipo de presídio – em que o detento trabalha de dia e apenas dorme no local – pode trazer”, disse.

Esta não é a primeira vez que a localização do CPP de Limeira causa polêmica. Em abril, a divulgação da escolha de uma área na divisa com Americana originou um movimento político junto ao Estado para reverter a decisão.

Fonte: Jornal O Liberal